domingo, 30 de maio de 2010

Crack: foco na sociedade e não nas drogas

Faz tempo que não escrevo. Estava trabalhando, estudando, pesquisando e, principalmente, organizando ideias e projetos para um assunto que vem preocupando o País: o uso de crack. (Logico que fiz tudo isso com o apoio da equipe do CAPS Viver, do Juizado da Infancia e Juventude de Anapolis, da Associação Cruzada pela Dignidade, entre outros).

Ao pesquisar sobre o consultlorio de rua em Salvador, que é um dos pioneiros desse projeto no Brasil, li um artigo que falava de Antônio Nery Filho e tinha um link para o seu blog. O texto que li - O Crack é Feito com a Raspa do Chifre do Diabo - traz uma reflexão muito pertinente para esse momento de intensos debates sobre o crack.

Perdemos o foco do HUMANO e ficamos presos a "demonizar" essa droga. Esquecemos de buscar a compreensão no desamparo do homem, nas relações que se tornam cada vez mais frágeis e superficiais. Esquecemos que somos parte dessa sociedade,  que são nossas atitudes que sustentam e reforçam esse desamparo e essas relações.

Buscar soluções para o uso do crack deveria ser, antes de mais nada, trazer a tona a nossa dimensão social, recuperar a compreensão de mundo que nos põe como parte do todo. Nery Filho disse em seu blog que o "alvo não deve ser as drogas, mas a sociedade". Concordo com ele, pois o momento no qual vivemos é fruto de uma sociedade individualista, que busca prazeres fúteis e passageiros afim de aliviar as angústias que são inerentes à condição humana e que não conseguem suportar. A mesma sociedade que cria esses valores é a que fecha os olhos quando a situação chega ao extremo, renegando a sua responsabilidade e delegando-a a uma droga!

Um comentário:

  1. Acabei de acessar o blog do Dr.Antônio Nery e ler o texto, realmente muito bom.Como vocês, também penso que o foco tem que ser na sociedade.Muita garra nos estudos e projetos para o enfrentamento desta questão .Abraços,
    Ivone

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