quarta-feira, 31 de março de 2010

Conferência de Saúde Mental

Quero reforçar o convite para Conferência de Saúde Mental:



Programação:

Dia 05/04/2010
13:00 - Inscrição e entrega de material
13:30 - Solenidade de abertura
14:00 - Leitura do Regimento Interno
14:30 - Conferência - " Saúde Mental direito e compromisso de todos: Consolidar avanços e enfrentar desafios."
15:30 - Lanche
15:45 - Mesa Redonda:
1. Saúde Mental e Políticas de Estado: pactuar caminhos intersetoriais
2. Consolidar a Rede de Atenção Psicossocial
3. Fortalecer os movimentos sociais
4. Direitos humanos e cidadania como desafio ético e intersetorial
16:30 - Debates

Dia 06/04/2010
08:00 - Café da manhã
08:30 - Formação dos grupos
08:45 - Oficinas temáticas
12:00 - Almoço
14:00 - Plenária
16:00 - Escolha dos delegados
16:30 - Encerramento
17:00 - Lanche

http://www.anapolis.go.gov.br/

sábado, 27 de março de 2010

Um novo olhar para a relação Família/Drogas

Estou participando de um curso on-line: "Curso Prevenção ao uso indevido de drogas: Capacitação para Conselheiros e Lideranças Comunitárias". Nos fóruns de discussões um assunto que aparece com frequência é a relação Familia e Dependência Química. Alguns discutem qual a postura que a família tem que ter; outros a relação de Co-Dependência; além disso, questionam se a familía é vitima ou culpada. Diante dessas, dúvidas me senti instigada a falar sobre o tema.

Vou utilizar como base para meu texto uma resposta que dei a um dos forúns e fazer alguns recortes do meu artigo (Resignificando a Dependência Química no Contexto Familiar)  de conclusão do curso de Terapia de Casal e Familia:

A família pode tanto ser o algoz e/ou a vitima. É esse olhar que precisamos ter ao tratar a dependência química, pois esta é uma junção de vários fatores, por isso é necessario ampliar o foco, sair do senso comum, questionar, não permitir respostas lineares (x causa y).

 A compreensão da Dependência Química (DQ) vem se modificando ao longo da história. O uso de drogas existe desde a antiguidade sendo utilizada de diferentes formas e para fins distintos conforme a cultura do local e da época.

A dependência química já foi vista como um problema espiritual, o que isentava o drogadicto e sua família de qualquer responsabilidade; já foi considerada uma questão moral, o dependente era um marginal e as suas famílias eram consideradas vítimas. Já foi entendida como doença, em 1966, pela Associação Médica Americana, a DQ era, então, tratada apenas na perspectiva médica. Atualmente a dependência é compreendida como um "fenômeno multifatorial”.

O grande desafio, então, para quem trabalha com o usuário de droga é a compreensão de todo o contexto em que ele está inserido, é aprender a não culpar ou vitimizar. Essa nova perspectiva da dependência química traz consigo uma co-responsabilização de todos os sistemas que o usuário de drogas está envolvido e, assim, não isenta a si mesmo e nem a sua família.

Trazer a família para participar do tratamento tem sido em minha experiência um desafio gratificante. É muito fácil perceber as dificuldades, as resistências e os comportamentos facilitadores da família. Quase sempre a família e o usuário apresentam demandas diferentes para o tratamento. Desta forma a atuação do profissional diante da drogadição deve ser de compreender a demanda para o atendimento e enxergar as possibilidades de mudanças existentes na família.

É preciso descobrir SAÚDE na família, compreender qual o sentido da droga para aquele contexto familiar e aceitar que existem várias "verdades", enxergar o significado individual da droga, o que ela deseperta em cada um da familia, dar voz para os medos e as fantasias, quando isso acontece o resultado é surpreendente, passam a compreender o que chamamos de co-responsabilidade!  

A família, sem dúvida, precisa ser cuidada, tratada e compreendida.

Vou deixar algumas dicas de livro sobre a co-dependência:
Co-Dependência Nunca Mais e Para Além da Co-Dependêcia
(ambos de Melody Beattie ED. Record)

Codependência - o Transtorno e a Intervenção em Rede

(Maria Aparecida Junqueira Zampieri - ED. Ágora)

quarta-feira, 24 de março de 2010

Reforma Psiquiatrica

Nas últimas semanas tenho observado algums comentários, reportagens e movimentações sobre a reforma psiquiátrica aqui em Anápolis.  Relutei um pouco em falar sobre o assunto, porém como funcionária do CAPS Viver, me senti no direito e no dever de expor meu ponto de vista.
Compreendo que esta é uma discussão bastante necessária, quando colocamos os usuários das unidades de tramento como o foco das discussões, e não quando fazemos desta luta uma briga de egos. Temos uma infinidade de situações que o sofrimento psiquico nos traz a cada instante e desta forma deveríamos ter variedades de possiblidades de tratamento.
Na minha realidade de atuação, ainda se faz necessário o encaminhamento para o Hospital Espirita de Psiquiatria (HEP). Não é porque falta profissionais competentes, é porque não temos a estrutura adequado para uma variedade de procedimentos que poderiam ser feitos na própria unidade. Pergunto então: responsabilidade de quem?
Vão sempre existir necessidade de internações com o crescente número de usuários de crack, até internações compulsórias serão necessarias. Porém isso não tira a necesidade de valorização e investimento em outras formas de tratamento.
É necessário, portanto, sair do paradigma que visa apenas à remissão dos sintomas ir ao paradigma que integra diferentes aspectos da vida do sujeito. É dentro desta proposta que o CAPS se estrutura e tem como objetivo a construção de espaço para o desenvolvimento da autonomia e sociabilidade. O compromisso do CAPS é de uma inversão de um modelo centrado no sintoma para o tratamento da pessoa e de suas relações.
Convido a todos a conhecerem os trabalhos dos CAPS. Em Anápolis temos: o CAPS Viver, que é direcionado aos usuarios de Alcool e outras drogas; CAPS Vidativa, que tem como foco os usuarios que apresentam algum tipo de sofrimento psiquico e o CAPS Crescer, que é voltado para o atendimento das crianças.
Deixo aqui, também, o convite para paticiparem da Conferência de Saúde Mental que irá acontecer em Anápolis:
                  







   

quarta-feira, 17 de março de 2010

A ambivalência do CRACK

Hoje fui ao programa "A Força do Bem", na Rádio São Fransisco 670 AM  falar sobre o CAPS Viver, com ênfase no tratamento para o usuário de crack. Sai com a sensação que o recado não foi passado (confesso que fiquei um pouco nervosa!).

Vou tentar falar um pouco do que percebo no meu cotidiano no CAPS. Tratar a dependência química e, em especial, a dependência do crack, é aprender a lidar com a ambivalência, ao mesmo tempo que eles querem o tratamento e querem parar com o uso, existe um desejo enorme, uma força que relatam ser maior que eles e não os deixam resistir a droga.

A sensação que nos dá é realmente de impotência perante aquela situção, mas o que tenho aprendido no meu convívio diário com eles é que acolhe-los, escutá-los e aceitá-los mesmo diante de várias recaídas faz uma diferença significativa na vida dessas pessoas. Estão acostumadas a não ter opinião, pois o que eles falam perdem o valor, desaprendem a pensar e, consequentemente, perdem a noção de resposabilidade. Não sei dizer se isso começa antes ou depois das drogas, mas sei que permanecer no crack não é escolha de ninguém, por isso precisamos ter um pouco mais de compaixão.

O Gabriel Pensador tem uma música "Tem alguém aí?" que diz assim:

"Ninguém tá escutando o que eu quero dizer!

Ninguém tá me dizendo o que eu quero escutar!
Ninguém tá explicando o que eu quero entender!
Ninguém tá entendendo o que eu quero explicar!"
 
É bem fácil perceber o descompasso da comunicação entre as familias e o usuário de drogas. Desta forma construir um ambiente acolhedor e que propicie a comunicação pode ser uma solução eficaz para a prevenção da dependência química.
 
Deixo a sugestão de um link que fala sobre o crack:
http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=33683&janela=2%20
 

terça-feira, 16 de março de 2010

Ser mãe...

Nos últimos dias tem surgido um tema frequente nos meus atendimentos, tanto no  CAPS Viver como no consultório particular: qual o papel de mãe nos dias de hoje?

Tenho encontrado um número significativos de mães que começam a perceber que ser mãe exige esforço, tem que ter uma dose de tolerância, uma capacidade incrível de frustração, exige tempo para ensinar e aprender e que, acima de tudo, é uma relação de trocas afetivas e não de poder. Porém, na grande maioria dos casos começam a enxergar isso, quando os filhos apresentam sintomas ("problemas"): ataques de fúrias e agressividades, uso de drogas, depressões, ansiedades, entre tantos outros.

Na verdade, a educação de nossos filhos tem que ser pensada desde  o momento que resolvemos tê-los, pois a maneira que ele irá lidar com as situações da vida começa a ser formada desde o seu nascimento, ou até mesmo durante a gestação.

No entanto, o que de fato, temos que aprender é a deixar que eles cresçam, aprendam a pensar por si só, mesmo que isso signifique nos questionar, dar liberdade sem que essa se tranforme em descuido, dar carinho sem que sufoque, dar conselhos sem querer impor desejos e, o mais importante, ensiná-los o que é amar e ser amados.

Entretanto fazer isso tudo só é possivel para quem aprende a se questionar, quem se dispõe a ouvir, principalmente, para quem tem autoconhecimento suficiente para se diferenciar da relação com o outro, pois senão for assim corremos o risco de projetar nos nossos filhos nossos próprios projetos e, consequentemente, anularmos ou dificultarmos os sonhos e desejos deles. Isso se reverte nos sintomas que já foram ditos.

Então, ser mãe nos dias de hoje exige o que sempre foi necessário: respeito e amor pelos filhos!

O que muda é o papel da mulher e o que temos que abrir mão para ter um filho, infinidades de possibilidades que antes não nos era permitido.

domingo, 14 de março de 2010

A dose certa do sofrimento

Fui ao aniversario de três anos do filho da Raquel e lá encontrei com a Renata (como me faz bem a presença de vocês!), amizades que tiveram início na faculdade e que se perpetuam até hoje.


Enfim, entre um assunto e outro falamos do sofrimento que nos é necessário para o amadurecimento e isso me rendeu uns bons minutos de reflexão. O sofrimento tem que vir na medida certa, pois a dor pode tanto nos paralisar como nos acordar.

Existem sofrimentos que são causados por situações tão dolorosas que para suportá-los precisamos nos dissociar de nós mesmo, mas não são desses sofrimentos, que paralisa, que quero falar hoje.

Quero falar do sofrimento do dia-a-dia, das frustrações, das renúncias que estão por trás de nossas escolhas, da liberdade que nos é oferecida com uma infinidade de condições, do limite que nos é imposto por cada pessoa que convivemos... É esse o sofrimento que deveria nos manter acordados, pois nos puxa para enxergarmos a nossa dimensão humana. Dizem que só nos tornamos pessoas no nosso convívio social, no contato com o outro.

É essa dimensão que precisamos resgatar, a nossa dimensão social e talvez assim possamos ajudar a diminuir o sofrimento que paralisa tantas pessoas e aprenderemos a lidar com o sofrimento do dia-a-dia sem precisarmos recorrer a bengalas emocionais...

quarta-feira, 10 de março de 2010

Tempo, novas descobertas e resignificados da morte

Hoje estava em casa com minha filha (1a e 9m), organizando material para oficina com o grupo da terceira idade do SESC e preocupada com um cliente que teve "início" de overdose.

Fiquei observando a minha filha brincar, desejo enorme de desvendar as coisas, ria, gargalhava de coisas tão simples. Felicidade de quem está descobrindo o mundo!

Pensei no grupo de idosos que redescobrem o mundo, pois neste momento enxergam a vida com os olhos da experiência misturados ao temor da morte. Esses ingredientes podem se tornar um otimo elixir para o desejo de viver!

Então me veio a imagem de meu cliente, um jovem cheio de oportunidades e de possibilidades, que se entrega ao não conseguir descobrir novos caminhos para viver. Espero que ao chegar perto da morte tenha despertado nele o desejo de vivenciar experiências mais salutares!

Ao pensar sobre as várias fases da vida e o que buscamos em cada momento me lembrei do filme "O Curioso Caso de Benjamin Button", que me emocionou bastante e me fez pensar na passagem do tempo, me resgatou o desejo de descobrir coisas novas, me fez pensar em como quero morrer e tudo isso me despertou para a vida e o tempo que dela desperdiço...

domingo, 7 de março de 2010

Trauma infantil

Ontem fui ao salão de beleza e cada um que estava lá contava uma história terrível sobre maus tratos infantis. Uma triste realidade... Aqui vai a dica de um bom site sobre traumas na infância.

Trauma infantil

sábado, 6 de março de 2010

Descompasso, uma complementaridade ou uma possibilidade?

Essa aventura virtual, na verdade, é fruto da insistência do meu marido, navegador incansável da internet. Acho que quer descobrir uma nova forma de nos comunicarmos, já que nem sempre temos tempo pra conversarmos (será por quê?). Chegou todo animado com a “notícia” que iria montar um blog pra mim... Ele é jornalista, um bom analista de fatos e situações. Eu, psicóloga, boa analista das emoções. Será um descompasso, uma complementaridade ou uma possibilidade?

Quantas barreiras são construídas ao longo das relações quando as diferenças e os sentimentos não são respeitados. Estar com o outro pode nos levar a milhares de lugares. Acessamos emoções e despertamos desejos jamais imaginados, descobrimos sentimentos e vivenciamos prazeres que nos causam medo, nos trazem alegrias e dores. Estar com o outro não é tarefa fácil, pois aprendemos a nos ver com o olhar do outro, com a emoção que ele nos desperta, por isso é preciso estar junto com a distância necessária para não nos confundirmos. É preciso, também, distanciar-se sem se fazer ausente...

Volto, então, a minha pergunta: Será um descompasso, uma complementaridade ou uma possibilidade? Isso o tempo nos dirá...

terça-feira, 2 de março de 2010

Entre a psique, o dia-a-dia e um mergulho na blogosfera

Demorei, porém, enfim, decidi me aventurar nesse instrumento virtual que nos ajudar a construir novas redes . O desafio continua o mesmo: analisar o mundo do ponto de vista dessa ciência - a Psicologia - que se tornou não apenas meu ganha pão, mas também mais um ponto para observar, entender esse mundo e seus infinitos cenários. Dessa vez, observar as vistas desse ponto passará pela ponta dos dedos, pela escrita cotidiana, outro desafio que coloco à minha vida.