quarta-feira, 24 de março de 2010

Reforma Psiquiatrica

Nas últimas semanas tenho observado algums comentários, reportagens e movimentações sobre a reforma psiquiátrica aqui em Anápolis.  Relutei um pouco em falar sobre o assunto, porém como funcionária do CAPS Viver, me senti no direito e no dever de expor meu ponto de vista.
Compreendo que esta é uma discussão bastante necessária, quando colocamos os usuários das unidades de tramento como o foco das discussões, e não quando fazemos desta luta uma briga de egos. Temos uma infinidade de situações que o sofrimento psiquico nos traz a cada instante e desta forma deveríamos ter variedades de possiblidades de tratamento.
Na minha realidade de atuação, ainda se faz necessário o encaminhamento para o Hospital Espirita de Psiquiatria (HEP). Não é porque falta profissionais competentes, é porque não temos a estrutura adequado para uma variedade de procedimentos que poderiam ser feitos na própria unidade. Pergunto então: responsabilidade de quem?
Vão sempre existir necessidade de internações com o crescente número de usuários de crack, até internações compulsórias serão necessarias. Porém isso não tira a necesidade de valorização e investimento em outras formas de tratamento.
É necessário, portanto, sair do paradigma que visa apenas à remissão dos sintomas ir ao paradigma que integra diferentes aspectos da vida do sujeito. É dentro desta proposta que o CAPS se estrutura e tem como objetivo a construção de espaço para o desenvolvimento da autonomia e sociabilidade. O compromisso do CAPS é de uma inversão de um modelo centrado no sintoma para o tratamento da pessoa e de suas relações.
Convido a todos a conhecerem os trabalhos dos CAPS. Em Anápolis temos: o CAPS Viver, que é direcionado aos usuarios de Alcool e outras drogas; CAPS Vidativa, que tem como foco os usuarios que apresentam algum tipo de sofrimento psiquico e o CAPS Crescer, que é voltado para o atendimento das crianças.
Deixo aqui, também, o convite para paticiparem da Conferência de Saúde Mental que irá acontecer em Anápolis:
                  







   

3 comentários:

  1. Realmente não podemos ter um pensamento "tudo ou nada". Para cada caso existe uma indicação terapeutica. Se for internação, então preparemo-nos para fazê-lo com eficácia. Mas o foco deve ser sempre a qualidade de vida do cliente e não a remissão dos sintomas do paciente.
    Elizabeth

    ResponderExcluir
  2. Poli,

    O lance de ter um blog provoca um efeito "colateral". Os leitores viciam e sempre vão querer ler mais e mais textos.

    Cê tá de parabéns, viu!?

    A propósito, meus parabéns atrasado pra você por conta do niver de segunda-feira!

    Que Deus te proteja, cuide da sua família e que te dê um presentaço em breve: a recuperação total da Sofia por conta desta cirurgia.

    Beijão. Thiago.

    ResponderExcluir
  3. Parabéns Poliane, muito bom o seu texto. Temos muito o que discutir sobre esse tema. Inclusive a forma de internar, o tempo da internação de fato necessária. Devemos nos lembrar de que o que queremos é que, de fato, o município implante os serviços necessários ao acudimento das necessidades dos portadores de transtorno mental e ponto. Não é de cá que se inicia a briga. A nossa briga é pelo cuidado da pessoa para que ela não venha necessitar de internação e caso isso aconteça, não seja de forma trancafiada e a longo prazo.

    ResponderExcluir