terça-feira, 16 de março de 2010

Ser mãe...

Nos últimos dias tem surgido um tema frequente nos meus atendimentos, tanto no  CAPS Viver como no consultório particular: qual o papel de mãe nos dias de hoje?

Tenho encontrado um número significativos de mães que começam a perceber que ser mãe exige esforço, tem que ter uma dose de tolerância, uma capacidade incrível de frustração, exige tempo para ensinar e aprender e que, acima de tudo, é uma relação de trocas afetivas e não de poder. Porém, na grande maioria dos casos começam a enxergar isso, quando os filhos apresentam sintomas ("problemas"): ataques de fúrias e agressividades, uso de drogas, depressões, ansiedades, entre tantos outros.

Na verdade, a educação de nossos filhos tem que ser pensada desde  o momento que resolvemos tê-los, pois a maneira que ele irá lidar com as situações da vida começa a ser formada desde o seu nascimento, ou até mesmo durante a gestação.

No entanto, o que de fato, temos que aprender é a deixar que eles cresçam, aprendam a pensar por si só, mesmo que isso signifique nos questionar, dar liberdade sem que essa se tranforme em descuido, dar carinho sem que sufoque, dar conselhos sem querer impor desejos e, o mais importante, ensiná-los o que é amar e ser amados.

Entretanto fazer isso tudo só é possivel para quem aprende a se questionar, quem se dispõe a ouvir, principalmente, para quem tem autoconhecimento suficiente para se diferenciar da relação com o outro, pois senão for assim corremos o risco de projetar nos nossos filhos nossos próprios projetos e, consequentemente, anularmos ou dificultarmos os sonhos e desejos deles. Isso se reverte nos sintomas que já foram ditos.

Então, ser mãe nos dias de hoje exige o que sempre foi necessário: respeito e amor pelos filhos!

O que muda é o papel da mulher e o que temos que abrir mão para ter um filho, infinidades de possibilidades que antes não nos era permitido.

Um comentário:

  1. Poliane, só posso dizer QUE LINDO!!! A capacidade de frustação e a tolerância necessárias à maternidade são infinitas, assim como o amor e a dedicação que temos por nossos filhos. Quando você fala das relações afetivas e não de poder, acho que tocou no ponto crucial da relação entre mães e filhos. Sabendo diferenciar o que é nosso do que é deles, talvez possamos criar adultos responsáveis e maduros o suficiente para encarar a vida de forma natural, e sem tantos "problemas". Isabela.

    ResponderExcluir